A era da descentralização dos dados — Web 3.0
Alguns dias atrás estava assistindo um documentário no Netflix e por um momento o apresentador falou da web 1.0 e como foi nostálgico, você lembra de como era a internet em 1995 ou inicio de 2000?
Bom, eu não, meu primeiro computador eu ganhei em 2004 e foi um palmtop, alguns meses depois ganhei meu primeiro windows 98.
A internet comercial chegou no brasil em 1995 pela Embratel e cinco mil usuários foram escolhidos para fazer testes, na verdade todo esse processo começou no final de 1994 e em maio de 1995 começou a operação de forma definitiva.
A partir daí, começa uma onda de novos sites um atrás do outro e as novidades não pararam, o primeiro dominio registrado no brasil foi o canalvip.com.br, sites de noticias, bancos, empresas e bandas foram as primeiras nessa corrida de páginas html.
Também neste ano, nasceu o famoso buscador brasileiro, o cadê.
Você sabia que a indexação de páginas no cadê eram feitas manualmente e que a empresa demorava as vezes semanas para catalogar um novo site.
Nessa época o Google estava nascendo e quem mandava nos mecanismos de busca era o yahoo, yahoo que adquiriu tempos depois o cadê e mudou o nome para yahoo search, Gustavo Viberti conta no livro os bastidores da internet no brasil que essa negociação não foi fácil.
Para você entender a explosão da internet naquele momento, no final de 1995 já eram 20 provedores privados e 120mil pessoas conectadas, no inicio de 1996 já são 851 domínios no brasil, em 1998 já são 2,1 milhões de usuários.
Em 1999 surge o mercado livre para classificados, o famoso bate papo da uol, se você é da década de 90 ou 80 deve ter usado o bate-papo da uol, que época boa, aquilo era fantástico, aquilo sim era sensação de liberdade, você deve lembrar também que nesta época era famoso ver e receber aqueles cds de provedores como a AOL, foi nesse ano que surgiu o UOL e Terra.
Se você viveu nessa época como eu, vai lembrar das boas lembranças da internet discada e como era navegar a 56kbps após a meia noite ou sábado após as 14hrs, sem falar nos discadores como ibest, ig, pop, brturbo e vários outros.
Resumindo, a web 1.0 os sites eram estáticos e com pouca interatividade e ainda com poucos usuários, ainda evoluindo de suas raízes de uso militar e universitário, mas para época foi uma grande revolução.
Na web 2.0, chegamos na era social
A web 2.0 foi a revolução dos blogs, eu mesmo tinha um blog, nessa época por volta de 2005 a 2008 eu criava sites de downloads de filmes, sempre gostei muito de filmes, então resolvi criar um site para catalogar os filmes e disponibilizar os links de torrents sem anúncios, coisa de adolescente, uma fase muito divertida.
Com a web 2.0 todos passaram a ter voz, por meio do youtube, facebook, orkut, msn, icq e diversas outras redes sociais.
Então de 2004 até hoje, ainda estamos na web 2.0, agora o que vem com a web 3.0?
A Web 3.0 não é algo inédito e já um tempo que estamos vendo ela por ai.
Muitas pessoas falam que a web 3.0 é apenas a blockchain ou criptomoedas, mas a blockchain é apenas o motor da web 3.0.
Na web 3.0 a principal revolução é a descentralização das informações, essa é a principal mudança de paradigma na computação em nuvem atual, estamos embaixo de grandes bigtechs com Amazon AWS, Google Cloud, IBM, Microsoft Azure e várias outras.
Na Web 3.0 o poder computacional não vem necessariamente dessas empresas e sim dos próprios participantes da rede em todo o mundo e é definida por uma série de redes e protocolos abertos e descentralizados que oferecem serviços de armazenamento, finanças e identidade.
Por exemplo, o Filecoin e o The Graph proporcionam o armazenamento descentralizado de arquivos e redes de gestão de dados.
Outro exemplo é o protocolo Helium que usa blockchains e tokens para incentivar consumidores e pequenos negócios a promover e validar cobertura wireless, e transferir dados de dispositivos para a rede.
A livepeer é uma rede de streaming de video baseada na blockchain do ethereum que levantou US$ 48 milhões de fundos de capital de risco para desenvolver a plataforma que pode desafiar as gigantes da web 2.0 como o youtube e twitch.
O modelo descentralizado do Livepeer é projetado para utilizar o poder computacional dos detentores do LPT, o token nativo do protocolo, para transcodificar, hospedar e transmitir vídeos. Os provedores de largura de banda recebem recompensas em Ether ou stablecoins. Hoje a rede do livepeer agrega 70.000 GPUS que proporcionam recursos computacionais suficientes para codificar todo o conteúdo do youtube, twich e facebook combinados, essa informação está no próprio site da livepeer. Esse vai ser o poder da descentralização da web 3.0.
Para nós desenvolvedores precisamos ter em mente que desenvolver e implantar software dentro da web 3.0 será bem diferente do que estamos fazendo hoje.
As aplicações não serão mais executadas em um ou mais servidores, as aplicações 3.0 serão executadas em blockchains utilizando redes descentralizadas, já tem um nome para isto, DApps ou aplicativos descentralizados.
Web 1.0 nós tínhamos o acesso ao conteúdo mas sem interagir e com poucas funcionalidades, na Web 2.0 podemos interagir com o conteúdo e nos socializar pela internet e na web 3.0 vamos poder hospedar o conteúdo e ter ele descentralizado em toda rede.
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Grande abraço e até a próxima
Confira meu podcast com todo o assunto
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